quarta-feira, 28 de dezembro de 2011


Como produzir boas dinâmicas? Ou jogos? Ou Atividades?


Tenho recebido um número muito grande de emails em que os evangelizadores colocam o tema da aula (por exemplo, Reencarnação) e pedem sugestões de dinâmicas ou atividades. Na medida do possível, nós tentamos ajudar, mas temos percebido que o evangelizador não está exatamente com problemas de criatividade para elaborar dinâmicas e jogos. O problema é um pouco mais grave: o que acontece é que não se está compreendendo muito bem o objetivo dos jogos e dinâmicas e o que deve envolver o processo de criação de uma atividade ou dinâmica, sendo assim as idéias não estão fluindo.
Acredito que ainda estamos com dificuldades de compreender, veridicamente, o que é e qual o objetivo da evangelização da criança. Então vamos por parte, pedindo ajuda aos universitários (rsrsrs). Brincadeira. Pedindo ajuda às obras de espíritos esclarecidos que sempre estão dispostos a nos ajudar:
"A Educação, se bem entendida, é a chave do progresso moral" - L.E., q. 917
"Dentro de nosso esforço — prosseguiu Irene, com lhaneza —, o imperativo primordial consiste na iluminação do espírito humano com vistas à eternidade. Urge, no entanto, compreender que, para a obtenção do desiderato, é imprescindível “fazer alguma coisa”. - Livro: Obreiros da Vida Eterna, André Luiz. (Grifo nosso)
"Cada menino e moço no mundo é um plano da Sabedoria Divina para serviço à Humanidade, e todo menino e moço transviado é um plano da Sabedoria Divina que a Humanidade corrompeu ou deslustrou."  - Livro: Religião dos Espíritos – Emmanuel (Grifo nosso)
"É notável verificar que as crianças educadas nos princípios espíritas adquirem uma capacidade precoce de raciocínio, que as torna infinitamente mais fáceis de serem conduzidas." - Allan Kardec (VIAGEM ESPÍRITA EM 1862)
“Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.” L.E. q. 383
"O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até aos sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas,tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar." - Livro: O Consolador, questão 109 - Emmanuel (Grifo nosso)
"237 –Existe diferença entre doutrinar e evangelizar?
-Há grande diversidade entre ambas as tarefas. Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar é necessária a luz do amor no íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e o conhecimento, na segunda, é preciso vibrar e sentir com o Cristo. Por estes motivos, o doutrinador, muitas vezes não e senão o canal dos ensinamentos,mas os sinceros evangelizados serão sempre o reservatório da verdade, habilitado a servir às necessidades de outrem, sem privar-se da fortuna espiritual de si mesmo." - Livro: O Consolador - Emmanuel (Grifo nosso)

Então? Podemos concluir com segurança que Evangelizar não é somente "dar aula de evangelização". Dar "aula de evangelização" é somente uma pequena parcela do Todo "Evangelização". Por isso mesmo, não estamos em uma sala de evangelização para "ensinar" Doutrina Espírita, mas semear em cada criança os recursos necessários para que ele "vença" sua etapa reenarnatória, se torne feliz, plena, "homem de bem". "Ensinar" Doutrina Espírita é apenas uma parte do todo.
A Evangelização, apesar de pretender atender ao grupo, é sempre individual, pensada para cada criança, adaptada para cada necessidade. Não é opinião minha não, quer ver:
"À medida que nos integramos nas próprias responsabilidades, compreendemos que a sugestão direta nas dificuldades e realizações do caminho deve ser procurada com o Supremo Orientador da Terra. Cada Espírito, herdeiro e filho do Pai Altíssimo, é um mundo por si, com as suas leis e características próprias. Apenas o Mestre tem bastante poder para traçar diretrizes individuais aos discípulos." - Asclépios - Livro: Obreiros da Vida Eterna - André Luiz (Grifo nosso)

Sabendo disso, antes de elaborar atividades, dinâmicas e outros recursos, devo estudar o conteúdo traçando objetivos com base no conhecimento que tenho de cada uma das crianças da sala. Suas necessidades, suas dificuldades, suas habilidades, facilidades, etc. Como é minha criança? Filha de trabalhador da casa? Social Carente? Vem com a família? Os pais frequentam a casa? Como é a família desta criança? Quais são suas necessidades? Devo ministrar a doutrina sob qual enfoque para aquela criança? Consolador? Formação de Trabalhadores? As duas coisas? Em conhecendo a criança, o que avalio como ponto primordial daquele tema que vai ser necessário àquela criança?
Seria tão bom se fizéssemos anamnese de nossas crianças. Saber como foram gestadas, suas características pessoais, as dificuldades que já se fazem perceber, as habilidades que tem e podem ser canalizadas, onde se encontra o seu maior interesse, a visão dos pais da criança, a convivência com outras crianças ou na escola, seu rendimento escolar, etc.
Mas como é um trabalho que demanda tempo e paciência e, normalmente somos extremamente imediatistas... Queremos resolver todos os problemas com uma aula de evangelização, quando na verdade, como o trecho da mensagem de Asclépios ali em cima nos diz que somente o conhecimento, a aproximação por assim dizer, do Cristo é que nos faculta essa libertação das dificuldades e dúvidas.
Com base nisso tudo, como elaborar uma dinâmica? Conhecendo nossas crianças. Ora, das coisas simples até as mais complexas esse conhecimento é essencial. Já pensou eu copiar uma dinâmica onde o prêmio é chocolate e tenho uma criança diabética ou com alergia a cacau e eu não sei disso? Ou uma atividade do dia das mães e não sei que uma de minhas crianças acabou de ficar orfã? Já pensou que desastre se eu não estiver preparada?
Os exemplos de atividades, dinâmicas, jogos que colocamos aqui no blog sãoPARA SERVIR DE INSPIRAÇÃO, AGUÇAR A CRIATIVIDADE, DAR UM PONTO DE PARTIDA para que possamos adaptar ao nosso trabalho, conforme a necessidade de cada criança. Acho que já falamos sobre isso.
Não estamos com isso tudo dizendo que o evangelizador  não deve pedir sugestões aos outros colegas. Não é isso não. Deve sim, pois devemos aprender a trabalhar em equipe e contar uns com os outros, para que a troca de experiência nos ajude a aprimorar o trabalho.
Apenas devemos, todos nós, ter consciência de que temos o dever de pensar em cada criança, adaptar se for o caso, adequar, se preciso. O problema não é ter uma aula pronta para levar. Mas que esta "aula" atinja os objetivos que pretendo.
 
Não nos preocupemos apenas em "PREENCHER O TEMPO DO EVANGELIZAÇÃO" mas em "ATINGIR NOSSOS OBJETIVOS, DE MANEIRA EFICIENTE E SEQUENCIAL".

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